No fenômeno da atenção seletiva, escolhemos prestar atenção a alguns estímulos e ignorar outros.
Estamos constantemente fazendo escolhas com relação aos estímulos aos quais prestaremos atenção e aos estímulos que ignoraremos. Ignorando alguns estímulos ou, no mínimo, diminuindo a ênfase sobre eles, assim focalizamos os estímulos essencialmente notáveis. O foco de atenção concentrado em estímulos informativos específicos aumenta nossa capacidade para manipular aqueles estímulos para outros processos cognitivos, como a compreensão verbal ou a resolução de problemas.
Podemos prestar atenção à leitura de um livro-texto ou à escuta de uma conferência, ao mesmo tempo em que ignoramos estímulos, tais como um rádio ou um televisor próximos ou retardatários para a conferência.
O mesmo ocorre com soldados feridos em guerras, que só começam a sentir a dor de um membro dilacerado quando a batalha acaba, porque a atenção antes estava toda concentrada no conflito.
A Atenção Seletiva é um fenômeno que ajuda a entender porque o placebo pode ajudar um paciente: a expectativa de melhora desviaria a atenção de dores e emoções negativas. É uma forma de trocar a rede de neurônios em atividade, daquela associada a doenças para aquela associada ao bem-estar. O que dá força a essa teoria é a comprovação recente de que o efeito placebo desaparece sempre que é bloqueada a atividade do córtex pré-frontal - uma área que pode ser descrita como coordenadora do cérebro, por controlar nossa cognição, emoção e ação.
Mudanças na área do cérebro que processa as emoções podem influenciar outros processos do corpo, como o nível dos hormônios, o sistema imunológico e o sistema nervoso periférico. Ou seja: a expectativa de melhora pode mudar a percepção de dor, aliviar uma inflamação de pele ou reduzir o tremor causado por mal de Parkinson.
por: Fernanda França